Criar aplicações para telemóveis e em geral tudo o que seja focado na nova industria dos “smartphone’s” dá a impressão de ser um sucesso, e em certa medida já é, olhando para o Iphone ou para a progressão da net por redes moveis em países como o Japão e a Coreia. Claro que o aparecimento de milhares de dispositivos moveis (telemoveis, tablets, aparelhos híbridos), com diversos sistemas operativos diferentes parece que o melhor negocio é através de sites otimizados para pequenos ecrãs e telemóveis, no entanto existe um grande foco na criação de aplicações em cada sistema como forma de criar melhores serviços e um maior valor.

Então eu pergunto… Será que criar aplicações para telemoveis é um bom negocio?

Quais são os fatores que devem influenciar essa decisão, são várias plataformas, são diversos operadores, diversos modelos, diversas versões, onde problemas de compatibilidade e coerência são sérios e problemáticos, vamos lá a ver isso:

Qual a Plataforma a Escolher?

Temos a plataforma da Apple (ios), temos a do Google (android), temos a da Amazon (android), temos a da blackberry (blackberry), temos a da microsoft (windows phone), e por ai fora, a escolha da plataforma acaba por ser fundamental para o sucesso da aplicação, todas tem as suas vantagens e desvantagens (talvez para um artigo futuro!), mas claramente a escolha da plataforma é o primeiro passo, especialmente também porque envolve diferentes conhecimentos e aptidões (programar para ios não é o mesmo que o java do android, nem de perto nem de longe).

Qual é o Objetivo da Aplicação?

Parece que as aplicações para telemóveis estão divididas em 3 grandes grupos, aplicações gratuitas com publicidade (muito comum no android do Google), aplicações a pagar (mais comum com o ios da Apple) e aplicações gratuitas para marketing/marca/promocionais.

As aplicações gratuitas com publicidade são um mercado interessante, mas caminha um caminho um pouco dúbio, visto que muitas vezes a publicidade é intrusiva e sobrecarrega o telemóvel (com mais dados, com maior consumo da bateria), como também a publicidade é um negocio de volume e tostões e por isso o género de aplicação tem de ter isso em consideração, se a aplicação necessita de apoio de servidores, pode não ser possível pagar esses servidores com a publicidade.

As aplicações a pagar são o mercado mais difícil de quebrar, mas também é o mercado das aplicações com maior qualidade, pode-se ter a vantagem de receber o dinheiro á cabeça, mas normalmente também envolve depois um maior investimento em suporte aos clientes, também á de notar que fazer pessoas pagarem é mais complicado e depende muito da plataforma (sendo que aqui a Apple é de longe a melhor), aqui as aplicações que acabam por ter mais sucesso são do tipo “Angry Birds” que dão a aplicação gratuitamente mas depois cobram se uma pessoa quiser “desbloquear” para ter acesso a todas as funcionalidades (ou no caso do Angry Birds mais níveis).

Por fim as aplicações gratuitas sem publicidade, aqui estão as aplicações que suportam sites, como as aplicações do facebook e twitter, aplicações de branding como “Robbie Williams App” ou promocionais como o “Super 8”, estas aplicações tem como foco criar um veiculo para as pessoas usarem os produtos ou sites, por isso não existe razão para cobrar, mas podem, dependo do site e das funcionalidades da aplicação, criar um canal totalmente novo para um site/promoção.

Uma Plataforma ou Várias Plataformas?

Então vai-se escolher fazer a aplicação só para Iphone’s ou para todo o tipo de Smartphones? Criar aplicações para múltiplas plataformas é um custo elevado no desenvolvimento, e muitas vezes nem é possível replicar todas as funções em todas as plataformas e como tal deve ser algo que deve ser considerado no desenvolvimento da aplicação.

Ainda mais, por exemplo na plataforma do Android já por si deve ser considerada diversas plataformas diferentes, visto que diferentes versões de Android como diferentes fabricantes de telemóveis, criaram um ecossistema bastante amplo e com isso fragmentado.

Como Promover a Aplicação?

Algumas lojas de aplicações moveis são mais fáceis que outras, claramente aqui a loja da Apple e da Amazon tem uma clara vantagem a promover as aplicações enquanto que normalmente aplicações na Play Store do Google tendem a ficar empilhadas e esquecidas.

Também se a aplicação for de apoio a um site torna-se muito mais fácil promover a aplicação através do próprio site, ou se já tem várias aplicações é mais fácil dirigir o utilizador a novas aplicações que sejam lançadas.

Por fim, o Custo!!!!!!

Como tudo o que seja programação não tem custos fixos, depende de quem desenvolve a aplicação, mas existem alguns pontos a considerar, por exemplo uma aplicação para Ios tende a ser mais cara que para o Android, simplesmente porque existem menos pessoas com capacidades para criarem aplicações para Ios como também o nível de seleção que a Apple faz para uma aplicação poder estar na Loja da Apple é maior, logo tem de ser aplicações bem desenvolvidas.

No entanto como o Android é tão fragmentado se o objetivo é que seja largamente compatível em Android, então o custo poderá ser ainda maior que Ios, também como disse em cima se a aplicação for para marca ou ampliar funcionalidades de um site, então pode-se cortar um pouco nos custos usando o site para correr alguma da funcionalidade, este género de custos tem de ser levados em consideração antes de criar uma aplicação.

Então? Vale a Pena?

Sim e não, acaba por ser tudo uma questão de R.O.I. (return on investment = retorno do investimento), se uma aplicação acrescenta valor a um bem existente, ou é de fácil de promover, ou se a equipa que desenvolve consegue o fazer em pouco tempo e com baixo custo, lançar aplicações de telemóveis são um bom negocio.

Agora criar uma aplicação para telemóveis (mesmo que muito boa), pode cair no esquecimento com facilidade e não ter sucesso, ao contrário de um site ou uma aplicação onde uma pessoa tem total liberdade, nas aplicações moveis existem muitos constrangimentos das plataformas, das lojas de aplicações (uma pessoa tá literalmente dependente delas) e na criação (com diversas linguagens de programação), como tal tem que se ter sempre em conta os custos e as perspetivas de sucesso!

Mas hei, quem não arrisca não petisca hehehe.